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Brasileiro bate o recorde da mais rápida volta ao mundo de moto




BRUNA MONTEIRO DE BARROS COLAIORI
Editora de UOL Viagem
Se loucura valesse medalha de ouro, o aventureiro profissional Rodrigo Fiúza seria mais um dos brasileiros a emocionar o país subindo no pódio e cantando o hino. Mas, mesmo sem direito a desfile em carro aberto na volta ao país, o mineiro chega ao Brasil com um recorde e a sensação de dever cumprido. Ele entra para o Livro dos Recordes e para os registros da FIM (Federação Internacional de Motociclismo) pela mais rápida volta ao mundo pelo Hemisfério Norte de moto. Foram 89 dias em cima de sua moto 250 cilindradas. Ele saiu de Portugal no dia 4 de junho e chegou a Nova York no dia 31 de agosto, dia do "Brazilian Day". O percurso foi de 36 mil quilômetros, incluindo 11 mil quilômetros nas difíceis paisagens siberianas, de Moscou a Vladivostok (na Rússia).

"A viagem superou todas as minhas expectativas de dificuldades. A paisagem é muito bonita, mas é a mesma coisa, monótona, cansativa para quem está pilotando", conta Fiúza em entrevista ao UOL Viagem. "Achei que já tinha conhecido lugares inóspitos, mas nada se compara à Sibéria." Dos 11 mil quilômetros na Sibéria, três mil quilômetros foram de estrada de terra, o que dificultou bastante a vida do motoqueiro. "Foi a região mais complicada de todo o percurso."

Entre os perrengues, Fiúza cita as placas em russo combinadas com a falta de mapeamento de GPS. "Tive que comprar um mapa em russo. Aí eu procurava o local de destino, desenhava o nome em um papel e colava no tanque da moto, para comparar os caracteres com os das placas". Já um destaque foi a receptividade do povo russo. "Tinham me dito para tomar cuidado com gangues, mas não tive problemas. Eles foram todos muito gente boa e ficavam curiosos com a minha passagem."

Mesmo com a barreira das línguas, já que ninguém por ali falava inglês, o mineiro até que conseguiu se comunicar, graças à vontade dos locais de quererem entender o forasteiro. Depois de ficar um dia em meio na estrada sem comer, até descobrir que casas sem qualquer identificação serviam refeições na estrada, Fiúza teve que se virar para explicar sua vontade. Depois de um tempo por ali, ele já entrava nas cozinhas para apontar exatamente o que queria.

Desgaste psicológico

O maior inimigo do aventureiro foi o cansaço e o perigo de desanimar, conta Fiúza. "Quando você viaja de moto, você é o próprio carro. Quando eu parava à noite, depois de viajar das 7h às 23h, tinha que montar a barraca e dormir sujo, com terra no rosto", descreve. "Você só consegue se adaptar depois do momento que passa a não ligar pra mais nada."

Uma noite, ele teve que dormir na estrada, já que ficou sem gasolina a cerca de 40 km do posto. "Posto é modo de dizer. São bombas de gasolina nos quintais das pessoas. Você passa o dinheiro por um gavetinha e a pessoa libera a bomba. Por causa do frio, eles dão um jeito de não sair de casa."

Mas os obstáculos não existiram só na parte siberiana da viagem. Ainda na Europa Ocidental, o aventureiro foi segurar a moto para evitar uma queda e machucou o braço. O médico disse que ele deveria ficar sem pilotar alguns dias, mas ele não obedeceu. "Eu precisava continuar, senão não bateria o recorde. Dirigi vários dias com uma dor insuportável."

Apesar de todos os problemas, Fiúza considera que valeu a pena a aventura. "Quando cheguei a Nova York, a emoção era muita. Eu tinha batido um recorde mundial. Meu objetivo é passar para as pessoas o exemplo da minha motivação. Eu acreditei no meu sonho, as pessoas precisam perceber que elas podem acreditar nos sonhos delas."

O diário de bordo de Fiúza e futuras informações sobre o lançamento do DVD da viagem estão no site do mineiro (www.rodrigofiuza.com.br).

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